#46 - México: da Reforma à Revolução

13/10/2022

A História Mexicana é interpretada de diversas formas. Uma das narrativas mais recorrentes, utilizada por exemplo pelo atual presidente Andrés Manuel López Obrador é a que identifica uma continuidade entre as Reformas Liberais, os conflitos nacionalistas do século XIX, a Revolução Mexicana iniciada em 1910 e as reformas sociais implementadas pelo presidente Lázaro Cárdenas na década de 1930.

Essa narrativa foi construída a partir de alguns momentos chaves da história do México. Um deles foi a guerra contra os Estados Unidos em meados do século XIX, quando o país perdeu cerca de metade do seu território para o país vizinho. Essa derrota, em 1848, aprofundou as crises econômicas que atravessaram o país nas décadas seguintes. Nesse momento, começaram a despontar dois partidos no país: o Liberal e o Conservador. Os conservadores pensavam num estado mais centralizado e na defesa de uma monarquia como forma de governo mais adequada ao México. Já os liberais propunham reformas para organizar a política e a economia nacional, como o fim do foro especial, em particular os do clero, a valorização da propriedade privada e das liberdades individuais.

A rivalidade entre conservadores e liberais mexicanos foi além dos debates, culminando em conflitos violentos entre as décadas de 1850 e 1860, como a Revolução de Ayutla. A vitória liberal foi seguida por uma série de reformas no país. As mudanças previstas na recém criada Constituição não foram implementadas de forma pacífica, resultando em mais conflitos entre 1857 e 1861, nas chamadas Guerras de Reforma.

Em 1861, uma ofensiva reuniu tropas francesas, espanholas e inglesas contra a decisão do então presidente Benito Juárez de suspender os pagamentos da dívida externa. Essas intervenções de outros países, principalmente dos franceses, eram apoiadas pelos conservadores mexicanos, e dessa aliança resultou o Segundo Império Mexicano, coroando, em 1864, o austríaco Maximiliano de Habsburgo. Os liberais retornaram ao poder após a derrota dos franceses e conservadores em 1867, dando início a um período de hegemonia liberal que se encerra com a ascensão de outro personagem importante, Porfírio Diaz, que assumiu o poder em 1876 e só deixou o cargo em 1911, com a eclosão da Revolução Mexicana.

Para discutir as complexidades desses eventos, convidamos Rafael Pavani da Silva, doutor em História pela Universidade de Campinas (UNICAMP).

O episódio já está disponível nas principais plataformas de podcast e também em nosso canal no YouTube. Esperamos que gostem do programa e deixem suas opiniões, sugestões e críticas! Também não esqueçam de nos seguir em nossas redes sociais.


Dicas e links

Documentário "Pátria", de Matías Gueilburt (2019)


Conheça nosso entrevistado

Rafael Pavani da Silva é professor de história dos colégios Lyon (Campinas) e Rodin (Indaiatuba) e autor de materiais didáticos da Editora Educacional e SAE Digital. Foi professor universitário de história no Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB) e consultor de conteúdos responsável pelo curso EaD de Licenciatura em História da Kroton/Anhaguera. Foi orientador educacional on-line de História do curso de EaD de especialização REDEFOR/UNICAMP. Licenciado em história pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2006. Mestre em história da área de Política, Memória e Cidades pela UNICAMP (2009). Doutor em história da área de Política, Memória e Cidades pela UNICAMP (2020) Tem experiência na área de historiografia e história política latino-americana, principalmente sobre linguagem e cultura política, México e Revolução Mexicana. Além disso, tem desenvolvido estudos na área de história intelectual, teoria da história e política contemporânea

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