#47 - As políticas do futebol: Copas do Mundo e autoritarismo nas Américas

25/10/2022

O Futebol chega ao Brasil no final do século XIX. Vindo da Inglaterra, já com um livro de regras e artigos como bolas e uniforme, o esporte rapidamente se tornou popular na sociedade. Pertencendo primeiramente a uma elite brasileira, e logo depois se expandindo e atingindo as camadas mais populares do país.

No Brasil, Argentina e outros países do Cone Sul, o futebol adentrou o cotidiano da população. Fundaram-se diversos clubes esportivos e foram construídos estádios para a prática do esporte. Já em outras regiões das Américas, cujas relações econômicas e políticas eram mais próximas com os EUA do que com a Inglaterra, foi o beisebol que se tornou febre na sociedade.

Futebol e política não devem ser tratados como campos separados. O poder de mobilização do esporte, em muitos períodos da História, se uniu com ideias e aspectos políticos propagados por líderes governamentais. Além disso, com o crescimento do esporte e sua profissionalização, as relações entre os donos e dirigentes de clubes com instituições e empresas ficaram cada vez mais próximas.

Como exemplo dessa relação entre política e futebol, podemos citar a Copa do Mundo de 1978, realizada e vencida pela Argentina. No período, a ditadura do general Jorge Rafael Videla associou o sucesso da campanha do time argentino ao sucesso de seu governo. Ao mesmo tempo em que os jogos dos estádios eram televisionados, presos políticos desapareciam no país.

Além disso, a ainda visível diferença entre o futebol masculino e feminino hoje é o reflexo de medidas que, no passado, impossibilitaram as mulheres de praticarem o esporte. Considerados "inadequados para sua natureza", o futebol foi dominado majoritariamente pelos homens. Sendo assim, o futebol vai muito além dos campos e da quantidade de gols.

Como devemos pensar as relações entre política e futebol? Como as Copas do Mundo fizeram parte dos governos nas Américas? Como entender a exclusão das mulheres do futebol? Para responder essas e outras questões, convidamos a professora Lívia Magalhães

O episódio já está disponível nas principais plataformas de podcast e também em nosso canal no YouTube. Esperamos que gostem do programa e deixem suas opiniões, sugestões e críticas! Também não esqueçam de nos seguir em nossas redes sociais.


Dicas e links

Série "Memórias de Chumbo: o futebol nos tempos do Condor", de Lúcio de Castro (2012)

Livro "Futebol na sala de aula", de Lívia Gonçalves Magalhães e Rosana da Câmara Teixeira (2022)

Site "Ludopédio"

Livro "Histórias do Futebol", de Lívia Gonçalves Magalhães (2010)

Podcast "O Sequestro da Amarelinha" (2021)


Conheça nossa entrevistada

Lívia Gonçalves Magalhães é Professora Adjunta de História do Brasil República do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Possui graduação e licenciatura em História pela Universidade Federal Fluminense (2005). Mestre em Estudios Latinoamericanos pelo Centro de Estudios Latinoamericanos da Universidad Nacional de San Martín, Argentina (2008). Doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (2013). Pós-Doutora em História na Unimontes/MG (Bolsista Capes 2014-2016) e na Universidade de Paris-Est Marne-la-Vallée (Bolsista Capes dezembro 2017- março 2018). Foi pesquisadora temporária do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), responsável pelo projeto "Diplomacia do Esporte" (janeiro-julho 2013). Foi professora Substituta de História da América na UFRJ (2015-2016). Publicou "Histórias do Futebol" (2010) pelo Arquivo Público de São Paulo; "Com a Taça nas mãos" (2014) pela FAPERJ/Lamparina. Organizou as obras "Lugar de Mulher - Feminismo e Política no Brasil" (2017, Editora Oficina Raquel) e "Futebol na sala de aula: jogadas, dribles, passes, esquemas táticos e atuações para o ensino de Ciências Sociais e de História" em parceria com Rosana da Câmara Teixeira (2021,Eduff). É Jovem Cientista do Nosso Estado Faperj desde maio/2022 e coordena o projeto "Memória e cidade: estádios de futebol no Rio de Janeiro, Niterói e São Paulo (1937-1950)", contemplado pelo edital Universal Cnpq/2021

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