Se a década de 1960 nos EUA foi marcada pela expansão dos projetos sociais, implementação das leis de direitos civis e o início de transformações no comportamento, os anos seguintes seriam marcados por uma intensa reação conservadora às pautas políticas, sociais e culturais da Nova Esquerda. Assim, as décadas de 1970 e 1980 viram a ascensão de um conservadorismo renovado nos EUA.

Diante da crise econômica que assolou os Estados Unidos a partir do início da década de 1970, intelectuais neoconservadores e neoliberais, assim como políticos do Partido Republicano, apontavam como causadores dos males econômicos os gastos sociais que tinham sido ampliados nas administrações anteriores. Na visão de intelectuais como Irving Kristol, o Estado norte-americano deveria diminuir sensivelmente o investimento nos programas sociais e ampliar os gastos militares afim de enfraquecer a União Soviética e recuperar espaço perdido nas últimas batalhas da Guerra Fria.

Com a exceção de um período presidencial (1977-1981), os republicanos dominaram a política nacional norte-americana entre o final dos anos 1960 e início da década de 1990. Richard Nixon (1969-1974) procurou implementar algumas mudanças econômicas e sociais importantes, mas seu governo teve que lidar não só com movimentos sociais e sindicais ainda muito fortalecidos, como também com o escândalo de Watergate. Além de levar Nixon à renúncia, depois de enfrentar um inédito processo de impeachment, Watergate abalou a confiança do público estadunidense nas autoridades políticas do país.

Já nos anos 1980, Ronald Reagan (1981-1989), um ex-ator de Hollywood eleito sob o slogan "Let's make America great again", contou com o apoio de uma coalizão conservadora bastante forte, o que o permitiu implementar de maneira mais consistente o receituário neoliberal e neoconservador. Dessa forma, o governo de Reagan foi fundamental para a impulsionar globalmente o ideário neoconservador e neoliberal, ideários esses vistos agora como caminhos únicos para as sociedades capitalistas da época.

Que elementos nos ajudam a entender a ascensão da Direita e no discurso neoconservador nos anos 1970? Como se deu a reação dos conservadores às conquistas dos direitos civis nos anos 60? Como o discurso moral e econômico se entrelaçaram? Que relações a direita estadunidense de hoje tem com a direita daquela época? Para responder essas e outra questões, recebemos o professor Roberto Moll Neto, da Universidade Federal Fluminense.

O episódio já está disponível nas principais plataformas de podcast e também em nosso canal no YouTube. Esperamos que gostem do programa e deixem suas opiniões, sugestões e críticas! Também não esqueçam de nos seguir em nossas redes sociais. 

Dicas e Links

Coleção "Cinema da Nova Hollywood", Versátil Home Vídeo.                                                                    Música "Bonzo goes to Bitburg", Ramones, 1985.                                                                                  Documentário "Roger & Me", de Michael Moore, 1989.                                                                            Música "The Message", Grandmaster Flash and the Furious Five, 1982.

Conheça nosso convidado

Nosso convidado, Roberto Moll Neto é professor de História da contemporânea na Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos dos Goytacazes e orientador de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Estudos Estratégicos da Defesa e da Segurança (PPGEST - UFF) em Niterói. 

Além de historiador, Neto é doutorou-se em Relações internacionais 2015.
Atuante na vida acadêmica a partir desde o começo dos anos 2000, Roberto Moll Neto participou do Programa de qualificação e pesquisa Students of United States Institutions com foco em Política Externa dos Estados Unidos no Bard College em Nova Iorque a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, bem como é pesquisador do Laboratório de Pesquisas e Documentação em História Econômica e Social (LAPEDHE - UFF), da Rede de Estudos dos Estados Unidos (REEUA). e no Instituto de Estudos dos Estados Unidos (INCT - INEU) e do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI - UNESP).

Tendo em vista sua ampla atuação em centros de pesquisa, é pertinente ressaltar que seus interesses investigativos versam, principalmente, na História dos Estados Unidos; História das Relações Internacionais dos Estados Unidos; História da Relação entre Estados Unidos e América Latina; Métodos e Teorias em História das Relações Internacionais e História Global; História do Neoliberalismo nas Américas; História do Neoconservadorismo nas Américas.